sábado, 22 de setembro de 2007

Licença meu povo!

Apesar de ser "blogueira" há 2 anos, sou nova aqui nesse "pedaço"!
Espero, então, gastar muito teclado, água e café... Espero me expor da maneira mais sutil e silenciosa possível... Espero que desvendem comigo cada segredo implícito nas palavras que aqui estão.
Sorte, sobretudo, sorte!
É isso...

Obs.: Os textos que aqui se encontram já passearam por outros caminhos. "Pararam" aqui pra só pra tomar fôlego!
Beijos,
Ana Paula.

Acessibilidade

Naquele dia ouvia música enquanto estudava pra os dois seminários . Misturar Geopolítica da América Latina com Regionalização do Brasil... Nossa, tá parecendo coisa de pseudo-intelectual esse meu papo, mas fala sério, olha só o que eu acabei de ler aqui num mega artigo de um certo Geógrafo Econômico ( meu caro, eu prefiro continuar estudando o relevo, o clima, meu tema do projeto...) - "A concepção de Aydalot assemelha-se a visão do ciclo do produto de Vernon"... ciclo do produto, é hilário mesmo... Daí vem a deixa pra dizer que nada adianta ficar se gabando com um monte de palavras esquisitas, aquelas que só o Aurélio sabe... Coisa de pseudo-intelectual mesmo, típico de gente que quer se afirmar de qualquer jeito... Ficar por aí soltando eufemismos... Ah, meu amigo, vá logo, fale logo, 2+2=4, cosX²+senX²=1. Deu vontade de mandar um e-mail pra esse certo autor dizendo que eu não engoli um dicionário. Não é por ser universitária que tenho que ser uma intelectualóide... Não quero ficar falando sozinha... Talvez você não aprendeu direito sobre a acessibilidade de suas pesquisas, tecla que eu bato sempre, ainda mais agora com trabalhos publicados... Não quero que leiam meus escritos científicos (tão científicos quanto esses aqui) e pensem em mim como uma nerd, antipática e "dona" do saber, que graça tem em escrever algo que só eu entenda? Pela acessibilidade sempre!!!

"Se consegui enxergar mais longe é porque estava apoiado sobre ombros de gigantes"( Newton em carta a Robert Hooke)

Não pensem em banalização da ciência, dos coloquialismos como melhor saída... Não! Acessibilidade!!

Juízo, Branca!

Quando você entra pra faculdade aprende tanta coisa... Uma coisinha simples no "mundinho dos universitários" ( o diminutivo aí foi sem nehuma razão particular) é que não podemos nos apropriar de escritos alheios... Né? Né!! Final do 6º semestre e eu caio na besteira de achar que ctrl c ctrl v, por falta de tempo e vontade de discutir sobre neoliberalismo, podiam ajudar... Oh Branca (Como diria Géo!!), essa foi de doer... Ainda bem que, recorrentemente, você sabe que fez besteiras... Eu continuo pensando que o neoliberalismo podia ir pra Casa Branca e deixar a casa da mãe Joana...

Brilhar com brilho eterno



Olhando pra esse brilho nem parece que isso é a imagem da morte de uma estrela... Estrelas não perdem o brilho, não se anulam por tristezas, não se importam quando a luz do sol encobre seu brilho... Elas sabem que brilham, mesmo se ninguém se importa de olhar pro céu e perceber o sútil e belo espetáculo...

Pena que não sou uma estrela, apesar da grandeza do ser humano, da beleza de tantas cores, corações, apesar de tanta coisa... Se fosse uma estrela não estaria presa ao que estou, ia brilhar por aí e só...

Será que sei?

"Coragem: A arte de ter medo sem que ninguém perceba"... (Esqueci o autor) Eu sei fingir...

TCC

Genteeee! Defendi meu projeto com unhas e dentes! Foi tudo muito melhor que eu imaginei... Nem parece verdade, praticamente ontem eu tava aqui de madrugada digitando e revisando e agora já foi! Eu, meu lindo vestido novo (rsrsr!!), minha voz quase trêmula, Géo, Nanda, Gal, a platéia (pouca gente), os 3 professores da banca e meu projeto! Vou guardar pra sempre esse momento, parece até coisa de caloura deslumbrada, mas como não tenho mais esse título, sou uma veterana deslumbrada e feliz! É bom se sentir competente, realizada! Valeu a penaaa!! Até Fernando Pessoa ajudou com a sua máxima dos tempos pós-modernos e etc., "Tudo vale a pena se a alma não é pequena"!!! Como esqueci de agradecer 3 pessoinhas (o diminutivo é puro carinho!!), vai lá agora: Géo e Nanda, thanx pela paciência com minha impaciência e detalhismo! Gal !! Vc é como um porto seguro! Vó Carlos Novais... Esse projeto e o que virá dele é em tua homenagem...

"...Tenho em mim todos os sonhos do mundo." (Pessoa).
Nossa, aquele dia foi um ruim... Não deu tempo de almoçar, comi besteiras na rua e aí, depois da aula passei muito mal... Nem quero lembrar daquela infeliz enxaqueca... Devia existir uma lei proibindo o organismo de nos acometer com um troço desses... Eu proíbo... Com tanta coisa pra fazer e eu perder tempo com enxaqueca... Dormi tão cedo ontem, acordei às três da manhã e fui estudar... um silêncio rompido com meu irmão que também acordou... meu pai acordou e me perguntou onde eu tava, pensou que eu tava na rua e tinha chegado naquela hora, vê se pode? Em plena terça-feira, um frio de doer lá fora e eu na rua? Pai, que é isso? Acho que você tava sonhando... Estudar de madrugada é bom... rendeu... Hoje vou ficar fazendo trabalho até mais tarde, agora já é 01:00 da madruga, o mesmo silêncio, uma música pra não me deixar dormir, Legião cantando "On the way home", Nando Reis recitando "Espadótea"... Simples e perfeito... Preciso voltar pra meus afazeres mais rígidos. Vontade que é bom... Porém, hoje foi um dia bom; todos os dias, mesmo os ruins, são bons.

"Dá-me a tua mão:
Vou agora te contar como entrei no inexpressivo que sempre foi a minha busca cega e secreta. De como entrei naquilo que existe entre o número um e o número dois,
de como vi a linha de mistério e fogo, e que é linha sub-reptícia.
Entre duas notas de música existe uma nota, entre dois fatos existe um fato, entre dois grãos de areia por mais juntos que estejam existe um intervalo de espaço, existe um sentir que é entre o sentir - nos interstícios da matéria primordial está a linha de mistério e fogo que é a respiração do mundo, e a respiração contínua do mundo é aquilo que ouvimos e chamamos de silêncio."

Um pouco de Lispector...

Histórias pra contar

Aquele dia da Festa de Sant' Anna foi muito engraçado!! Fiquei até 5:00!! Olha que eu nem tava achando " a festa", "o lugar", mas fiquei né, tem que se divertir um pouco... Meus pés estavam doendo de ficar em pé na rua... Não tava frio, o que é uma sorte pra essa cidade gelada! Lá pelas tantas da madrugada, já querendo ir embora, desesperadamente, Cris falou comigo um troço louco, por isso com muita razão!! Ela falou: Paula, o que é que tem você ficar até esse horário, depois você vai ter histórias pra contar... Histórias pra contar... Histórias pra contar... Se ela não falasse isso, eu já teria ido embora muito antes... Tens razão Cris... A gente tem que ter histórias pra contar, pra cantar, pra viver... Tem que fazer o que gosta, às vezes até o que não gosta... Depois vira resenha... A gente ri e tudo vira piada... Histórias pra contar... Tô precisando de um monte dessas histórias... De um monte de razões pra viver tudinho que eu quiser, basta só me permitir... É que tá tudo tão confuso aqui... Só penso no dia que isso vai acabar e aí vai ficar tudo bem... Por enquanto me sinto agustiada... Agora tá tocando uma música de Jorge vercilo que diz: Quando chega o fim da linha e já não há aonde ir, como passe de mágica a vida nos dá sonhos pra seguir... A vida espera mais de mim... Verdade Cris, temos que ter histórias pra contar... Ah, a festa foi legal, rever a galera...

Geógrafa

Hum, tinha que falar algo sobre 'algo' muito importante... Sou Geógrafa!! Alguém aí sabe da minha importância?? Pois é, Geógrafa com muito orgulho, competência, afinal, fazer o que gosta já é caminho pra competência!! Nem eu tinha a exata noção da importância dessa profissão. Ganhei um pouco dessa noção ao ler Yves Lacoste... Nossa, as palavras dele praticamente olham nos seus olhos e falam: Você estuda uma ciência estratégica meu caro, atente-se para isso, ajude os cidadãos leigos a pensarem o espaço onde vivem, tanto pra se orientarem, como pra se defenderem... entender as mazelas que os cercam... Olhem ao redor, vejam... não se deixem cegar... Perceber o espaço onde vivemos, essa pluralidade de coisam que nos cercam, essa interação sociedade - meio... Nossa, me empolgo com essas questões... Sou apaixonada pela Geografia Física, estudo do relevo, meio ambiente, é fascinante!! É uma interação, como eu disse, o homem produz o espaço onde vive e (re)produz, cria novas necessidades, recria... Se ajusta, desajusta... Olhem em volta, vejam, não se deixem cegar pela mídia, ou sei lá o quê... Olhem todo o processo de reprodução do nosso espaço... A Geografia está em tudo, na política, economia, meio ambiente (ápice dos questionamentos sobre o aquecimento global, não entendo o porquê de todo esse falatório só agora!!) Repito, atentem-se para o espaço onde vivemos, pra nossa vivência, pros nosso dias desleais... Se enterdermos nosso espaço, nosso papel, entenderemos que somos parte ímpar em toda riqueza ou pobreza produzida... A Ciência Geográfica é estratégica... Olhem e vejam, não se deixem cegar... Sejamos responsáveis... Ah, é uma puta falta de educação jogar lixo na rua!! Uma puta idiotice ficar cantanto com o chuveiro ligado, gastando água à tôa!! Atentar-se é preciso, navegar também...

Gerânio

Marla, a música ficou em mim... Ela sou eu?!!

Marisa Monte - Gerânio
(Nando Reis, Marisa Monte, Jennifer Gomes)

Ela que descobriu o mundo
E sabe vê-lo do ângulo mais bonito
Canta e melhora a vida, descobre sensações diferentes
Sente e vive intensamente
Aprende e continua aprendiz
Ensina muito e reboca os maiores amigos
Faz dança, cozinha, se balança na rede
E adormece em frente à bela vista
Despreocupa-se e pensa no essencial
Dorme e acorda
Conhece a Índia e o Japão e a dança haitiana
Fala inglês e canta em inglês
Escreve diários, pinta lâmpadas, troca pneus
E lava os cabelos com shampoos diferentes
Faz amor e anda de bicicleta dentro de casa
E corre quando quer
Cozinha tudo, costura, já fez boneco de pano
E brinco para a orelha, bolsa de couro, namora e é amiga
Tem computador e rede, rede para dois
Gosta de eletrodomésticos, toca piano e violão
Procura o amor e quer ser mãe, tem lençóis e tem irmãs
Vai ao teatro, mas prefere cinema
Sabe espantar o tédio Cortar cabelo e nadar no mar
Tédio não passa nem por perto, é infinita, sensível, linda
Estou com saudades e penso tanto em você
Despreocupa-se e pensa no essencial
Dorme e acorda

Por favor!

A partir de agora, peço um humilde favor a todos vocês: Não assistam mais os telejornais! Não percam seus sonhos e sonos com tanta paulera que tá rolando no mundo. Melhor se esquivar; melhor esquecer, melhor não ver, não tocar na ferida. Melhor que perder o raciocínio pra crueldade... A partir de hoje só assistam desenhos animados, leiam "O Pequeno Príncipe", brinquem de dominó... sei lá... vamos deixar de lado essa lama que bate à nossa porta. Vamos tomar banho de chuva e sorvete sem ter medo de ficar gripado, ou suco de manga com leite.... Rs... Vamos perder esse medo que só nos aliena... Vamos parar de querer roupas de grife, vamos dar pressa ao nosso coração, mas com muita calma... Vamos dar um abraço, vamos viver no embalo de uma música qualquer!! É tão fácil... Por que, então, eu não consigo?

Reflexões sobre o medo - Não devem ser esquecidas

Final de 2006; o mundo assistiu cenas estúpidas da execução de Saddam. Digo estúpidas porque foi assim que julguei tais cenas. A pergunta que fiz foi como cobrar justiça por atos cruéis cometidos por esse sujeito se a justiça que o condenou à morte por enforcamento foi cruel? Como cobrar respeito se não ajo com respeito? Qual a lógica em punir a violência com violência? Não, definitivamente não estou defendendo Saddam. Ele foi cruel e inumano. Pode parecer loucura, mas penso que a solução para o caso Saddam seria outra. Ele era um ditador, acreditava fielmente em suas "verdades absolutas", o que, para mim, beira à loucura. Saddam, Hitler,etc, eram loucos; loucos por se intitularem donos da verdade, das suas verdades; verdades imbecis e cruéis. Seria devaneio meu, então, pensar que retirar de Saddam todas as formas de executar tais verdades e mantê-lo consciente de que é um tirano fracassado seria uma solução? Sei lá, pode ser paranóia minha, mas são paranóias pertinentes!! Aqui no Brasil, a crueldade de ditadores da guerra urbana matou um garotinho de 6 anos, João Hélio. Mais uma vez o Rio de Janeiro é palco de sofrimento e sangue. Que país é esse? ( já perguntava Renato Russo há tempos) Que mundo é esse? (eu pergunto agora)? Aonde isso vai parar? Talvez pela abrangência que esse caso teve algo mude; não por respeito às leis, mas pela dor, pelo contrangimento surgido em todas as famílias brasileiras. Pátria que não é pátria, o que fizeram de ti? Para onde vão os sonhos de gente jovem como eu? Sonhos? Respeito? Amor? Quantas questões nascem do desespero de ver o lado sujo das coisas; a sujeira da política que não cuida do seu povo e tem que remediar o que poderia ser prevenido. É esse o preço que se paga em negligenciar a educação como único meio lúcido de se ter igualdade, dignidade e oportunidades. É esse o preço que a gente paga!! Que a justiça se faça, que o respeito prevaleça. Carnaval sempre passa!! Já não caio mais na lábia do pão e circo!

Tô crescendo e decrescendo

Tô ficando mais consciente de mim mesma, da minha profissão, das minhas responsabilidades... Não sei se isso é tão bom quanto parece... As coisas se complicam quando parecem perto...Digo que se complicam porque antes elas eram distantes, tinham uma certa calma da distância; da distância do novo, do que nos amedronta...E eu que tenho um certo medo do novo, a tal neofobia... Tô ficando mais consciente de tudo o que eu faço, até da minha inconsciência, da minha inconstância como ser humano, das minhas pieguices de menina boba, do meu medo repentino do escuro... "Porque sou do tamanho do que vejo e não do tamanho da minha altura" (Pessoa)

Sobre Renato

Há alguns dias eu tive a sorte de conhecer um cara meio louco, de uma doce e povoada insensatez. Talvez poeta, talvez cantor, talvez humano face às suas dores tão comuns a todos nós; o medo da solidão, do desamor, da sorte, das incertezas desse mundo, desse "Estado que não é nação". De repente me vi em meio às suas palavras, sua história, sua doença. Sabe aquela coisa de conhecer alguém que você já ouviu falar muitas e muitas vezes? Pois é, foi isso! Renato foi uma pessoa intensa, extremada, devorador de livros, de palavras alheias, tão suas quanto as suas próprias palavras. Nunca ninguém cantou a vida com tanta veracidade, com tanta proeza. Nunca ninguém cantou letras que eram suas, minhas, de cada um de nós... Nunca houve tanta contemporaneidade em sua poesia; É quase Fernando Pessoa, entediado, mas fazendo tudo valer a pena; mesmo com febre a tarde inteira, mesmo com a certeza de que o "pra sempre acaba", mesmo querendo não ser ele mesmo "quando tudo está perdido". Nunca ninguém falou tanto de amor, mesmo platônicos em sua maioria; "Mas é só o amor que conhece a verdade". Nunca ninguém se machucou tanto por amor, ou pelo que ele julgava amor. Num show que posteriormente foi lançado em CD, intitulado "Platéia livre", Renato introduz "vento no litoral" dizendo que quando o amor é verdadeiro não existe sofrimento. Acho que nem ele mesmo sabia o que estava dizendo. "Quando se aprende a amar, o mundo passa a ser seu", cantava Renato em "Se fiquei esperando o meu amor passar". Não, Renato, quando se pensa que se sabe amar, o mundo foge, o chão some, a chuva, o frio, o calor se tornam diferentes. Pena que nem eu, nem você, nem sei lá mais quem sabe amar. Pena que a "verdade assombra", pena que você se foi tão cedo... Talvez esse mundo mutante não te coubesse em verso e música, tua Legião Urbana se calasse frente ao marasmo desse mundo cruel... Tanto sangue escorrendo pelas ruas; a paz que se esconde em dicionários, já que vivê-la está se distanciando, está trancada em corações amedrontados... "O mundo anda mesmo tão complicado", e as desculpas são sempre as mesmas. Os bons morrem jovens...

Texto inspirado após o livro sobre vida e arte de Renato e a Legião Urbana; Artur Dapieve, 2001.

Poeta

Do Aurélio: Poeta: Aquele que escreve e se consagra à poesia. Pessoa sensível, de imaginação inspiradora ou sonhadora.

Reticências

Eu tô tentando seguir adiante; Quebrando os copos, quebrando a cara, falando alto por aí... Por enquanto eu tô tentando as tentativas que me fazem humana; falando de amor, criticando o meu amor-desamor. Eu tô aí... Vou por aí... E é por aí que as palavras ecoam, se dissipam... Por isso que eu tô por aí, nesse lugar comum que é a vida; Hoje eu senti frio, mas tava calor lá fora, tava calor por aí... Esse aí que é a vida da gente, rumo sem rumo... Porquês cheios de regras.... Por isso, só isso que tô tentando...

Ser

De tudo que eu sou, sou "apenas" uma parte. Sou uma lágrima que cai confirmando as leis da gravidade; sou cada fio de cabelo, cada desejo; sou um corpo e uma alma; sou tudo o que amo e odeio; anseios. Sou cristal e metal... Tenho tanto ainda pra viver, pra ser ... Amanhã serei uma parte a mais, mas nunca demais; tenho muito ainda pra viver e pra ser... ....amanhã, depois e depois...

Nota de esclarecimento

Não acreditem em mim!! Não se deixem persuadir por estas palavras soltas!!! Não me levem a sério!!!! Mas também não me julguem... Sou apenas uma mulher ainda tão menina... Doce e forte, mas menina...

Todo mundo quer voar

Não precisa me dizer o que já sei, não preciso saber de tudo. Não preciso saber onde nasce o sol ou pra onde ele vai quando a lua chega; talvez ele vá pro japão, ou será que é a lua que ofusca seu brilho? Não preciso saber palavras bonitas, nem arrumá-las em frases perfeitas; talvez nem existam frases perfeitas, apenas momentos certos. Não preciso saber aonde termina o mar e começa o céu, quando a noite cair vou poder presumir, nas sutis diferenças entre eles. Não preciso saber o porquê das estrelas; e se não houver um porquê? Não preciso saber usar fórmulas, calcular a velocidade; o importante é a direção. Não preciso saber de tudo... Mais vale arriscar-me por caminhos desconhecidos, ver a vida com um olhar indefinido; melhor que sempre ter uma explicação fria e exata pra tudo.

Amanhã

Não entendo essa mania de deixar tudo para amanhã; Será mania, acomodação, falta de tempo, sei lá!! Amanhã eu penso melhor no que pode ser, amanhã assim que o sol nascer!!

Um estar em mim

O vento faz barulho lá fora; ocupa o vazio aqui dentro, varre da minha alma o que já não me é importante: palavras soltas, sentimentos inúteis, almas pobres. Me dá medo o barulho do vento porque ele é maior que o silêncio, porque ele me roubou todas as palavras, ocupando o meu vazio; agora já não há nada... nada além de um estar em mim... eu que já nem me acho mais nesse vazio, eu que já nem tenho mais nada, eu que já nem ouço mais nada; nada além do barulho do vento lá fora

Autobiografia

Se me perguntam quem sou não respondo; há muito de mim que ainda desconheço... "ninguém conhece que alma tem" se insistirem em saber, eu disfarço; me escondo e não mais me acho; destruo qualquer rastro de mim, só pra ninguém saber que sou tão igual aos outros, como você.

Para aqueles que dizem: "Menina tu é talentosa pakas!

I fell so alive and i think i could fly. (Alive, P.O.D.)

Cazuza um dia disse: "Eu escrevo pra não ficar falando sozinho". Isso nos dá a idéia de que ele era um cara solitário. Depois de um tempo eu percebi o que grande poeta queria dizer e vi que eu também escrevia pra não ficar falando sozinha. Nem sempre quem ouve o que falo me entende, nessas horas eu falo sozinha; eu falo comigo mesma, só eu me escuto; é um ato reflexivo. Sigo, então, escrevendo pra não ficar falando sozinha; porque o som da minha voz nem sempre penetra em todas as almas; escrevo pra não me sentir sufocada pelo som das palavras mal entendidas; nessas horas só me basta um pedaço qualquer de papel; nessas horas me exponho e imortalizo o que sinto pra que um dia, depois de analisar o que escrevi alguém possa me entender; se depois vira poesia, foi quase sem querer.

Porque o tempo não pára...

Enquanto os segundos passam eu penso no que passou; as palavras que eu não disse, o que os meus olhos não viram, ou meu sorriso não sorriu. Penso nos versos que já escrevi e aqueles que eu ainda não fiz. Penso na manhã que se finda, na vida que não é tão linda. Penso nas horas que se completam pela passagem dos segundos; horas que se dividem como vários mundos... Penso no meu pensar, no meu desacreditar; penso que o tempo não vai voltar, não vai deixar-me reparar ou reviver tudo o que os segundos deixaram para trás; o mundo não pára... o tempo tem pressa de passar depressa... E o que vai ser já passou, um segundo se passou... Enquanto você lia alguns segundos se passaram... tudo sempre passa... o amanhã já vai chegar...