sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Transição

O mais bonito da vida e também o que mais amedronta é que tudo é transição. Agora é momentâneo, amanhã já é outro agora... A gente se acostuma com as coisas do agora e num instante ele se desfaz... a efemeridade do agora dá, paradoxalmente, uma sensação de eternidade e finitude. Essa é a relação dialética que a gente trava com a nossa vida, entre a eternidade e a finitude dos momentos, entre a transição de cada dia.
Se acostumar com o outro agora, com o novo (transitório) não é fácil...

sábado, 13 de agosto de 2011

Contra a mercantilização dos dias dos pais!

Protesto contra a mercantilização do dia dos pais. Dia dos pais (das mães, dos amigos) é todo dia! O amor dos nossos pais não está nas vitrines, nas embalagens coloridas, nas parcelas dos cartões de crédito. Protesto contra o sistema que se apodera até dos sentimentos e os coloca à venda, expostos na Tv, na internet, nos jornais. Eu simplesmente, com a fraca força que tenho agora, protesto contra esse sistema infeliz e oportunista, contra essa sociedade que embala o amor! Há 2 anos e quase 4 meses eu não posso mais dedicar meu melhor sorriso, meu maior abraço, meu beijo carinhoso nesse dia... Talvez daí venha a minha inquietação pra que esse dia passe logo... aí, só no ano que vem terei que enfrentar essa nova "tortura".
Não comprem presentes, não empacotem o amor, não desistam do simples e belo abraço, beijo...
Eu odeio todas essas propagandas imbecis que induzem  as pessoas, que desviam o verdadeiro significado desse dia. Eu protesto desde sempre, protestarei!

domingo, 7 de agosto de 2011

Pessoa da alma


Longe, aqui perto... Suas palavras contrastam com a miudeza de tantas loucuras que acontecem por aí. No meio de tantas pessoas, palavras, sensações... No meio de tudo tem suas mãos, seu olhar sereno de quem conhece o doce e o amargo da vida... Me ensina a caminhar entre esses descaminhos, faça ponte, estrada, sol, chuva, nuvens, pés, ânimo... No meio de tudo tem seu amor de amigo-pai-irmão.

[Sol Dourado - José]

sábado, 6 de agosto de 2011

Caminhos

Continuo agindo certo; desenhando meus caminhos, moldando o meu destino através dos dias que passam rápido quando podiam durar mais um tempo, mais horas, ou naqueles dias que insistem em não passar. Enfim, continuo agindo certo, sem ao menos saber o que é a certeza. O nascer do sol é uma certeza, mas o resto é tão volátil... Meu agir torna-se certo na medida em que vivo, sem me atropelar; na medida em que desvendo utopias e crio verdades universais. A vida é uma verdade universal. Dê-me, então, lápis e borracha pra desenhar os caminhos, ou, barro e água pra moldar o destino.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Cada escolha uma renúncia

Até bem pouco tempo atrás eu desconhecia os seres que habitavam a gente. Parece estranho, mas a gente não é o que a gente pensa que é, o que a gente quer ser, o que a gente odeia ter. Desconfiava seriamente que um eu meu era feliz, sem mesmo saber, mas era; e o outro juntava os pedaços, os "diamantes de pedaços de vidro", ficava largado, olhava pro horizonte, julgava o céu não ter mais estrelas só pelo fato de estar nublado. Um eu meu queria tomar banho de chuva e o outro tinha medo de ficar gripado; um eu tinha medo de chorar, de amar e o outro vivia até o último instante todas as coisas, acordava antes do sol só pra vê-lo nascer, vestia roupa de verão no inverno só pra sentir o frio, amava tudo só pra não se sentir vazio. Um eu meu ouvia canções quaisquer; o outro ouvia o silêncio perdido. Um eu queria estudar medicina e o outro tinha medo de sangue, tinha medo da dor, daquela dor que foge aos cuidados médicos. Um eu meu é sol; o outro lua. Um eu é esconderijo, o outro rua. Um solidão; o outro multidão. Juntar esses "eus" na mesma alma é o segredo, mas o código eu desconheço, como desconheço em qual deles me encontro agora...
A cada escolha terei minha renúncia.

(Sobre as renúncias, parafraseando Pedro Juan Gutiérrez, em Trilogia Suja de Havana: Na vida temos 100 caminhos, 1 escolha e a nostalgia dos outros 99...).