sexta-feira, 13 de dezembro de 2013
O caminho se faz andando!
O caminho se faz andando. A minha caminhada começou em julho
de 2004, primeiro dia de aula na Faculdade de Geografia. Cheguei cedo, alguns
rostos novos na sala, outros lendo os informativos nos murais... eu também fui
para os murais, li, reli... o tempo não passa quando a gente quer que passe! E
a pergunta que não pode faltar: Por que você escolheu Geografia? “Eu detestava
Geografia na escola, Professora. Talvez, entre os reveses da vida, a Geografia
me escolheu"! Os colegas riram, isso era um bom sinal! Enfim, foram quatro
anos de encontros e desencontros, porque é assim que a gente cresce. Fiz
colegas, mas, principalmente, fiz amigos! E que amigos, hein?! Sorte! Lógico
que não caí nas graças de todos! rs! É uma vida inteira que cabe numa graduação
e, quando chamam seu nome pra receber o "canudo", o filminho passa na
nossa mente. Riso e choro! Eu fui a oradora da turma, que nervoso!
A gente
termina a graduação e tem o primeiro dia de aula na especialização. Cheguei e a
aula já havia começado... os olhares se voltaram para mim! Um ano e meio de
novos aprendizados, tudo novo de novo! Gente nova, responsabilidades novas,
dúvidas novas e a certeza de que era preciso continuar. Desse modo, o primeiro
dia de aula no mestrado foi de um nervosismo só. Mudei de Estado, saí da Bahia
para Goiás! Que longe! Cheguei atrasada, entrei quase correndo e fui sentar ao
fundo da sala! Nem havia dado tempo de almoçar! Agora a responsabilidade
aumenta, Dona Ana, não pode chegar atrasada, moça! Em dois anos eu cresci, e com
cresci! Foram segundos, terceiros, trigésimos dias de aula. Artigos publicados,
palestras, o microfone na mão, a voz meio trêmula: "concentre-se,
Ana"! E o primeiro encontro com o orientador?! O temido orientador!
Cheguei cinco minutos atrasada: "Desculpe pelo atraso, Professor"! E
o dia da defesa?! Roupa bonita, olhos atentos, a banca de avaliadores! Dormiu
noite passada, Ana? Não! As noites sem dormir viram rotina! Será que virei
intelectual?! rs! Defendi a dissertação em Janeiro de 2013. Que correria! E
sabe o porquê?! Eu havia passado no Doutorado, em Março teria o meu primeiro
dia de aula! Em 11 de Março de 2013, lá vai a Ana para o primeiro dia de aula
do Doutorado em Geografia! Mudança de Goiás para São Paulo, Presidente Prudente!
Que longe novamente! Ainda bem que o homem inventou o avião!
"E o que
mudou do primeiro dia de aula da graduação, iniciada em 2004, para o Doutorado,
em 2013, Ana?!" Mudou a responsabilidade, a bagagem, a visão mais calma,
afinal, há um nome de pesquisadora a zelar! Mas, o frio na barriga, os medos
bobos, as noites mal dormidas, ah, isso continua... a cada novo artigo para
apresentar, olha aí o nervosinho básico! E como tudo isso vale! Vale o valor
que tem um preço financeiro, lógico, mas tem um valor imaterial imenso! E o
primeiro dia de aula como professora universitária?! Esse ainda vou contar para
vocês! Já tive o meu primeiro dia numa banca examinadora de tcc! Confesso, teve
friozinho na barriga, na minha! Rs!
sábado, 27 de julho de 2013
O consumo nosso de cada dia
A
superação do rigor do Fordismo com a transição para a acumulação flexível e,
assim, uma maior circulação de mercadorias e grande velocidade de informações,
trouxeram a massificação do consumo (consumismo). Essa maior velocidade de giro
do capital é fator preponderante na volatilidade vista nos modismos, na
sociedade do descartável, onde nada foi feito para durar. A manipulação dos
gostos e da opinião das pessoas pela mídia é uma grande preocupação do
capitalismo, ou seja, a produção de signos. Nesse contexto, as imagens são
vendidas antes mesmo do produto em si. A mídia tem dois papéis na atual fase da
globalização das informações, informar e convencer, esta última favorecida
pelos signos utilizados para tal convencimento, signos estes que buscam tocar
no ego dos consumidores, o ser é colocado em segundo plano.
A
questão ambiental está imbricada nesse contexto, já que não se pode separar a
sociedade da natureza. Desde a Conferência da ONU Sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento, a “Rio - 92”, houve uma análise sobre o ‘modelo de desenvolvimento’ capitalista
da atualidade e suas ligações com a problemática ambiental. As discussões da
Conferência refletiram sobre a incessante busca pelo lucro e sua
relação com o aumento da produção e, a partir daí, o aumento do uso dos
recursos naturais. A própria nomenclatura ‘recurso’ indica mercadoria utilizada
para saciar alguma necessidade. Tal produção necessita de consumidores e é
nesse contexto que o papel da mídia é decisivo, criando necessidades em massa,
o que gera mais produção, mais uso de recursos naturais, degradação ambiental e
perda da qualidade de vida, seja por poluição ou miséria à custa de juros
exorbitantes dos empréstimos para recuperar o que foi degradado, agravando os
níveis de desigualdade, falta de perspectivas, violência. Em suma, é um efeito
dominó nocivo à humanidade, à natureza e a qualquer forma de desenvolvimento
ético.
A
análise do consumismo passa, inevitavelmente, pela análise do consumo, e que
isso não pareça redundância. A sociedade tem necessidades que precisam ser
satisfeitas e o consumo é primordial. Quando o consumo sofre interferências dos
signos impostos pela mídia em primeiro plano, e com a convivência com a
sociedade que também foi convencida pela mídia, o consumismo, a alienação, a
volatilidade dos desejos tornam-se latentes.
A
atual fase da produção de mercadorias, onde os produtos têm vida útil reduzida
e cada vez mais novidades são apresentadas aos nossos olhos, mostra o quanto os
gostos têm duração programada. O crédito fácil e rápido é o mecanismo de
satisfação dessas inovações, crédito esse a um alto custo.
A
mais-valia se realiza no consumo. A venda da força de trabalho fornece o
salário que permite a satisfação das necessidades criadas/impostas pelo modo de
produção, assim fica pouco visível o trabalho como um processo fundamental, sua
importância criativa, que gera a satisfação, desfavorecendo o grande valor da
atividade humana.
SENTIDOS E NECESSIDADES: ENTRE A
CONDIÇÃO BRUTA E A (DI?)LAPIDADA
Numa
crônica de Rubem Alves que narra o encontro deste autor com Marx, há um relato
da ligação dos sentidos com a satisfação das necessidades, entre a condição
bruta e lapidada dos sentidos existe uma grande mudança. Contudo, o capitalismo
não tem vínculos com o prazer que o refinamento dos sentidos pode trazer,
caminha somente em direção ao lucro. Assim, quem detém os meios de produção
objetiva que o consumidor compre cada vez mais, não importando como. Na
condição bruta, os sentidos sentem somente a necessidade do necessário, com a
lapidação gerada da acessibilidade de informações os sentidos se expandem.
Hoje, não há dificuldade para quem queira comprar os mais variados produtos,
nacionais ou importados, mesmo aqueles que vivem nos mais longínquos lugares,
entretanto nem todos podem consumir.
A
facilidade de comunicação em massa é algo altamente explorado pelo capitalismo
atual, dando a impressão de superação das barreiras espaciais. Percebe-se,
portanto, que entre a vontade de consumir, esta pertencente a todos, e a
efetivação do consumo há uma distância significativa. O crédito é mais
acessível que o dinheiro, o que fornece os dados tão aclamados pelos órgãos do
governo, constatando que as classes C, D ou E estão consumindo. Mas são essas
classes que não têm o mesmo acesso à educação (mas sim à informação para o
consumo) que as classes A e/ou B. O acesso à informação para o consumo penetra
em todas as camadas, contudo, não promove um refinamento dos sentidos, mas uma
alienação para o consumo, ou seja, consome-se pelo ego. A massificação do
consumo leva a uma perda de identidade, além de conduzir à competição pela
distinção diante do outro. Um reflexo dessa corrida pelo consumo é o acúmulo de
bens. A degradação da qualidade de vida, ou a ligação desta com o poder de
consumo, a efemeridade das relações humanas, a massificação das vontades, dos
costumes em detrimento da beleza da diversidade cultural são efeitos perversos
trazidos pelo capitalismo através do consumismo.
REFERÊNCIAS
ALVES, Rubem. Rubem Alves Entrevista Marx Numa Cervejaria.
Disponível em: <
http://www.rubemalves.com.br/rubensalvesentrevistamaxnumacervejaria.htm>
Acesso em 22 Jun. 2013.
HARVEY, David. A Compressão do Tempo-Espaço e a Condição
Pós-Moderna. In: ______. Condição Pós-Moderna: uma pesquisa sobre
as origens da mudança cultural. São Paulo: Loyola, 2003.
LEFF, Enrique. Saber Ambiental. 6 ed. Rio de Janeiro: Vozes,
2008.
SANTOS, Milton. Por Uma Outra Globalização. Rio de Janeiro:
Record, 2002.
Preço e valor
A humanidade se reduz... eis o caos, é o preço que se paga por não dar valor a nada, apenas preço!
De tudo que se compra, se gasta, se usa, a gente volta vazio pra casa... aquela financiada em suaves prestações! A vida é tão curta pra ser pequena!
domingo, 24 de março de 2013
Sweet but so fast
a perfeição que só trazia estragos ...
Pensar que tudo é fácil até soa difícil. Nada é tão doce e
ilusório quanto parece. "A vida é doce, depressa demais". Pensar que
o vazio não existe é mesquinho demais, é expressar a mais profunda fraqueza
escondida, a mais profunda tristeza escondida atrás de um sorriso fácil e
falso; é o mesmo que não se permitir errar; é o pior dos erros. Pensar que
sentimentos são criações da mente humana pra se distrair enquanto não há nada
interessante passando na TV é frio, soa quase desumano, inumano. A vida é tão simples
que soa complexa; uma flor que nasce, uma vida que cresce; tudo é tão singelo,
tão estranho, tão perfeito e tão complexo. É isso aí que a gente cria pra
gente: um paradoxo vivido dia após dia; a certeza mais que incerta, o
descontrole de tudo que é controlado por nós. Esse mundo é mutante demais pra
corações simples e eu já nem sei onde estou; já nem sei quem sou... Mas estou
por aqui esse instante...
Não parece, mas é!
Engraçado como já ouvi (sem maldade, lógico) que não pareço uma pessoa estudiosa, inteligente (algo do tipo), que faz Doutorado (ainda mais em Geografia, aquele "povo meio revoltado") numa Instituição de grande importância da Pós-Graduação no país! "Nem parece que você 'tá' no Doutorado, Ana". Mas, tem que parecer pra ser?! O diferente é diferente porque se fosse igual seria monótono. Respeito pelo outro envolve tudo o que permeia o outro. Nesse mundo cão, respeito o que tá faltando!
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