quinta-feira, 18 de maio de 2017

Sobre críticas

É difícil, para alguns, lidar com críticas. O que está nas entrelinhas do "difícil" é o que mais importa. Tem gente feliz que critica, tem gente infeliz que critica, tem gente que critica... Estamos aí, no olho diário do furacão!

Mas, que estranhamente legal e interessante seria se, ao lançarmos nossa opinião, nosso ponto de vista, nossa visão de mundo, sobre as ações e opiniões, pontos de vista, visões de mundo dos outros, pudêssemos atingir o grau máximo possível da nossa generosidade, do nosso altruísmo. Quantas novas oportunidades de expansão de ideias, de respeito, de coragem de crescer poderiam nascer desse gesto. Se, como afirmava Carl Jung "[...] ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana". Assim, penso eu, que mágico seria se tocássemos almas humanas com a doçura perdida entre o espaço tão curto do apontar de dedos na face do outro (metafórica e fisicamente). Que inteligente seria se, ao ensinar o outro através de uma crítica, pudêssemos ter a coragem e a serenidade de entender que todo o processo de aprendizagem é um processo. Não, não é mero jogo de palavras. E que em todo o processo, em todas as suas fases e descobertas, em todos os erros e acertos, somos, tão somente, almas humanas se propondo à construção, à erguer alicerces ainda sobre bases que nunca serão sempre sólidas. Almas humanas não são sólidas. Se fossem sólidas, seriam sempre pedras, ao invés de flor. E flores murcham quanto falta a água, terra, um punhado de luz do sol.

Quando nós, almas humanas, entendermos que dividir pode também ser somar, a matemática da vida vira outra. O jogo vira, os dedos (antes apontados para o outro) apontam agora para uma direção, que pode ser o caminho certo, ou não. A generosidade no apontar é o que importa. A porta que se abre também importa, ou a porta que se fecha (que também indica uma outra direção). Se Cora Coralina disse, um dia, "[...] feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina... e isso não é coisa do outro mundo!" Não, é "coisa" do outro mundo tocar o outro com empatia (a palavra da moda). É "coisa" que se perdeu nas almas humanas que optam por ser pedra, ao invés de ser água, terra e sol na jornada das flores.