sexta-feira, 15 de maio de 2009

O desafio de viver com a diferença

O Hino Nacional afirma em seus versos: “Gigante pela própria natureza”. Nesse país gigante em sua extensão é que se pode reconhecer um “caldeirão” de culturas e povos. A beleza desse gigantismo de raças, cores, viveres em cada canto do território torna o povo brasileiro ímpar em se tratando de diversidade étnica e, destarte, cultural. Motivo de orgulho para uns que encaram tal pluralidade como uma expressão natural da humanidade, contudo, há os que, ainda limitados em sua visão, definem as diferenças como pontes quebradas, o que em seu real e simples sentido, são elos.
O poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade recitou em certa época, “todo ser humano é um estranho ímpar”. Belo e estranho em suas várias faces. Pensar até na própria variabilidade genética que reconhece a pluralidade, as diferenças que se unem, se refazem, novas agora. Conviver com o que é intrínseco a cada ser requer, além de noções básicas de respeito, um “abrir de olhos” ou talvez uma não alienação quanto a tudo que envolve o ser humano.
A convivência com a diversidade poderia não implicar tantas questões problemáticas quanto recorrentemente implica. Conviver com as diferenças, o que pode ser encarado como uma troca de saberes, de experiências, de riquezas, é dado como um desafio, este último envolve questões de ética e cidadania. A sociedade acaba tornando menos prazeroso o convívio com as diferenças, negligenciando as próprias diferenças entre eles mesmos.
Fernando Pessoa, poeta português, tão paradoxo quanto à própria humanidade, deixou em seu legado os dizeres: “Só nós somos mesmos somos iguais a nós próprios”. Reconheça cada ser humano que o respeito às diferenças, passa, inevitavelmente, pela consciência das diferenças dos outros. O entendimento desta questão não necessita de estudos grandiosos, mas primeiramente, do respeito a cada um.

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